
Na próxima segunda (21), o ídolo brasileiro Ayrton Senna comemoraria 62 anos. Como amantes de carros e velocidade que somos aqui no Movie Cars, não poderíamos deixar essa data passar em branco. Por isso, separamos alguns dos marcos mais importantes da vitoriosa carreira de Senna na Fórmula 1, a grande competição do automobilismo mundial.
De antemão, pedimos desculpas porque sabemos que faltarão vários momentos importantes, mas se fossemos abordar todos, esse post teria que ser um livro. Se você quiser contribuir com nossa homenagem, você pode deixar nos comentários os momentos marcantes que deixamos passar.
1984 – Estreia na Toleman e primeiro pódio
Após vencer vários campeonatos de categorias inferiores à Fórmula 1, Senna assinou um contrato com a Toleman, uma equipe relativamente nova na categoria que esteve em atividade entre 1981 e 1985, antes de ser comprada pela Benetton. Logo em sua segunda corrida, Senna conquistou seu primeiro ponto na Fórmula 1, largando em 13º e chegando em um ótimo 6º lugar.
Mas o grande momento da temporada de Senna aconteceu no prestigiado circuito de Monaco, circuito esse que Senna dominaria ao longo de sua carreira, recebendo a alcunha de “Rei de Mônaco”. Saindo novamente na 13ª colocação, o piloto brasileiro fez uma corrida excepcional, ganhando 11 posições e ficando apenas atrás de Alain Prost, que viria a ser tetracampeão, conquistando assim seu primeiro pódio na Fórmula 1.
Graças a chuva torrencial que alagava a pista de Mônaco naquele dia, a prova foi interrompida na 31ª volta (menos da metade das 76 previstas), e muitos acreditam que, caso a corrida tivesse continuado, Senna tinha total capacidade de ultrapassar Prost e vencer sua primeira corrida na Fórmula 1. Fazendo uma corrida magnífica com a pista encharcada, Senna já dava os primeiros indícios de que seria o maior corredor na chuva da história da categoria.
1985 – Primeira pole e primeira vitória
Em 1985, buscando um carro com um nível mais próximo do seu talento, Ayrton Senna se transferiu para a equipe Lotus, onde ficaria até 1987. Na segunda prova da temporada, no Grand Prêmio de Portugal, na cidade de Estoril, Senna voltou a demonstrar toda a sua habilidade de pilotagem na chuva e conquistou sua primeira vitória na Fórmula 1 e, de quebra, seu primeiro “Grand Slam”, que consiste em ter a pole position, marcar a melhor volta e ganhar a corrida.
O piloto brasileiro era tão superior na pista molhada que terminou a corrida com mais de um minuto de vantagem para o segundo colocado, Michele Alboreto, da Ferrari. Em 1993, após uma grande corrida em Donnington (considerada por muitos, a melhor corrida de Senna), o brasileiro afirmou que sua exibição em Estoril foi a melhor da sua carreira.
1986 – A volta da vitória com a bandeira do Brasil

O GP de Detroit era a sétima prova da temporada e Senna era o terceiro colocado na classificação geral. O brasileiro venceu o Grande Prêmio dos Estados Unidos e, ao final da prova, pediu a um torcedor que lhe desse a bandeira do Brasil que estava segurando. Assim, fez pela primeira vez um gesto que se tornaria sua marca: deu a volta da vitória exibindo a bandeira verde e amarela.
A vitória veio um dia após o Brasil ser eliminado na Copa do Mundo de 86 pela França. Os mecânicos da Lotus, equipe de Senna, eram franceses, e o segundo (Jacques Laffite) e terceiro (Alain Prost) colocados na prova, também. A atitude foi interpretada pelos brasileiros como uma resposta as provações dos franceses pela eliminação do Brasil do torneio. Em todas as suas vitórias seguintes, Senna repetiu o mesmo gesto, tornando-se um símbolo de orgulho nacional.
1988 – Primeiro título mundial
Após uma conturbada temporada em 1987, Ayrton Senna se transferiu no ano seguinte para a McLaren, equipe em qual Niki Lauda (1984) e Alain Prost (1985 e 1986) haviam sido campeões poucos anos antes. Com um carro melhor e motivado pela rivalidade com seu companheiro de equipe e até então bicampeão mundial Prost, Senna conquistou finalmente o seu tão desejado título mundial de Fórmula 1, apenas 4 anos após sua estreia na categoria.
Aqui no parque temático Movie Cars Entertainment você pode ver uma McLaren MP4/4 idêntica ao veículo utilizado por Senna na conquista do mundial de 88. Além do carro histórico, temos um cenário todo planejado para homenagear esse que é um dos maiores ídolos da história do Brasil. Os fãs da Fórmula 1 e de Senna vão as lágrimas quando entram no cenário e ouvem a marcante trilha da vitória. Saiba mais sobre o Movie Cars ao final do post.

1989 – Rivalidade com Prost e uma das maiores corridas da história

A temporada de 1989 foi marcada por tensões entre os dois melhores pilotos em atividade na época, o brasileiro Ayrton Senna e o francês Alain Prost. Para entendermos como essa tensão se desenrolou, precisamos partir do início da temporada.
Ambos os pilotos corriam pela mesma equipe, a McLaren, e por conta disso firmaram um acordo de cavalheiros de não se ultrapassarem na primeira volta. O ponto inicial nessa tensão entre os dois aconteceu logo na segunda prova da temporada, no Grande Prêmio de San Marino. Logo no início da prova, o piloto da Ferrari Gerhard Berger bateu forte na curva de Tamburello (que 5 anos depois vitimaria Senna) e a corrida foi interrompida. Na relargada da corrida, Senna ultrapassou Prost antes de completarem a primeira volta, o que significava uma quebra no acordo que eles haviam feito anteriormente. O piloto brasileiro argumentou que, como a corrida já havia sido iniciada antes do acidente de Berger, ele não havia descumprido o acordo, porque aquela já não era mais a primeira volta da prova.
Fato é que, após isso, a relação entre os pilotos se deteriorou e a rivalidade só aumentou, até o ápice na penúltima prova da temporada, no GP do Japão. Senna fez uma temporada irregular, tendo vencido 6 e conquistado um segundo lugar nas 14 provas disputadas até então, porém havia abandonado outras 5 provas ao longo do ano. Ainda assim estava na segunda colocação no campeonato, atrás de Prost, e seria campeão independentemente dos resultados do francês se vencesse as duas últimas provas da temporada.
No Grande Prêmio do Japão, Senna largou na pole position, mas foi ultrapassado na largada por Prost que liderou grande parte da prova com o piloto brasileiro na cola, em uma das melhores corridas da história da categoria. Na volta 47, Senna forçou uma ultrapassagem pra cima do francês, que ainda ressentido pelos eventos do GP de San Marino e sabendo que ficaria com o título se ambos abandonassem a prova, impediu a ultrapassagem, causando um acidente. Prost abandonou a prova, mas Senna, com o bico do seu carro danificado, pediu para que os fiscais de prova o empurrassem para continuar a corrida.
Ambos os pilotos estavam tão à frente dos demais, que mesmo com o acidente, Senna voltou para a corrida ainda na liderança, sendo ultrapassado pelo italiano Alessandro Nannini apenas quando fez o pit-stop para consertar o bico quebrado. Em apenas duas voltas após a parada, o brasileiro ultrapassou o italiano e venceu uma das provas mais memoráveis da história.
Mas a polêmica certamente não acabaria com a bandeira quadriculada. Logo após a prova, Senna e Prost fizeram uma reunião com o diretor da McLaren e o presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), Jean-Marie Balestre. Após a reunião, foi divulgado que o brasileiro tinha sido desclassificado da prova por ter voltado para a pista sem contornar a chicane, dando assim o título do campeonato para o francês em uma das decisões mais controversas da história da Fórmula 1. Muitos defendem que Prost foi favorecido pela FIA e que roubaram a vitória de Senna, inclusive o próprio brasileiro afirmou isso em uma de suas entrevistas à época.
1990 – Segundo título mundial e a vingança
A temporada de 1990 terminou com um gostinho de vingança para Ayrton Senna. Pela terceira temporada seguida, o título mundial poderia ser decidido no Grande Prêmio do Japão, e foi exatamente o que aconteceu. Em uma situação invertida com relação a temporada anterior, o francês Alain Prost precisava vencer as duas últimas provas da temporada para ser campeão independentemente dos resultados de Senna.
O piloto brasileiro garantiu a pole position e solicitou a FIA e seu presidente, Jean-Marie Balestre, que invertesse as posições do grid para poder dar a largada pela esquerda, já que o lado direito da pista era mais “sujo”, o que causava desvantagem (por isso Senna perdeu a primeira posição na largada na temporada anterior). Balestre negou o pedido do brasileiro e a corrida aconteceu com o grid tradicional. Senna então decidiu que ele não deixaria Prost terminar a primeira curva em primeiro.
O francês novamente tomou a frente de Senna logo na largada, mas na primeira curva o brasileiro jogou sua McLaren contra a Ferrari de Prost, fazendo com que os dois pilotos abandonassem a prova e o brasileiro se sagrasse campeão mundial pela segunda vez em sua carreira. Não foi um fim muito honrado para um campeonato tão emocionante, mas é inegável o sentimento de vingança contra a FIA e Balestre por tudo que havia acontecido no GP do Japão da temporada anterior.
1991 – Primeira vitória no GP do Brasil e terceiro título mundial

O grande momento da temporada do piloto brasileiro aconteceu no Grande Prêmio de Interlagos, no Brasil. Senna já havia disputado o GP do Brasil 7 vezes, mas nunca havia conquistado uma vitória em seu próprio país. Isso mudou na temporada de 1991, e de maneira espetacular.
Senna largou na pole position, mas não conseguiu abrir distância de Mansell. Porém na volta 61, o britânico rodou na pista e abandonou a corrida, deixando o brasileiro com o caminho livre para a vitória. Mas uma vitória no Brasil não viria fácil para Senna. O câmbio do brasileiro apresentou problemas e o carro ficou preso na 6ª marcha, obrigando o piloto a fazer esforços absurdos para conseguir controlar seu carro. Ao cruzar a bandeira quadriculada, Senna deu gritos de alivio e emoção que ecoam até hoje na memória dos amantes de Fórmula 1. No final da prova, o brasileiro precisou ser auxiliado para sair de dentro do seu carro, sofrendo com câimbras musculares e febre devido ao esforço tremendo.
Novamente a decisão do campeonato ficou para o GP do Japão, onde Senna disputava o título com o britânico Nigel Mansell. Logo na 10ª volta, Mansell acabou saindo da pista e abandonando a prova, transformando Senna no tricampeão mais jovem da história da Fórmula 1.
1993 – GP do Brasil e rei de Mônaco
A temporada de 1992 não seria de grande destaque na carreira de Ayrton Senna, já que os carros da McLaren haviam ficado menos competitivos em relação aos concorrentes, e a temporada de 1993 não seria muito diferente. Mas a última temporada completa de Senna na Fórmula 1 reservou alguns momentos muito marcantes.
A segunda prova da temporada foi o Grande Prêmio de Interlagos, que Senna voltaria a vencer após a gigantesca vitória em 1991. O piloto brasileiro novamente demonstrou sua habilidade em corridas na chuva e venceu pela segunda vez em Interlagos.
A grande imagem da corrida ficou para o final, com a torcida brasileira invadindo a pista para comemorar a vitória com seu ídolo. Senna precisou ser resgatado do público pelo safety car da prova, mas não antes de aproveitar aquele momento único na Fórmula 1.
O outro grande momento da temporada do piloto brasileiro foi a conquista de sua quinta vitória consecutiva no Grande Prêmio de Mônaco, sendo a sexta no total, superando o recorde de Graham Hill e se tornando o maior vencedor da história da prova do principado. Recorde que dura até hoje e pelo qual Senna recebeu a alcunha de Rei de Mônaco.
1994 – O adeus a um ídolo

Após duas temporadas pilotando carros inferiores, Senna assinou um contrato com a Williams para pilotar um dos melhores carros da categoria na época. A expectativa era imensa e Senna era favorito para ser mais uma vez campeão mundial.
As duas primeiras corridas da temporada não saíram como planejado e o brasileiro acabou abandonando ambas por conta de acidentes. Mas a grande tragédia aconteceria na prova seguinte, no Grande Prêmio de San Marino, em Ímola.
Para a temporada de 1994, a FIA alterou diversas regulamentações e forçou alterações nos projetos dos carros, afim de diminuir a diferença de performance entre os veículos. Isso fez com que os carros continuassem muito velozes, mas ficassem muito mais instáveis. As consequências dessas mudanças puderam ser testemunhadas no fim de semana do GP de San Marino.
Ainda na sexta-feira, no primeiro dia de treino classificatório, o ainda jovem piloto Rubens Barrichello bateu forte e ficou gravemente ferido, indo parar no hospital. No dia seguinte, no sábado, uma tragédia ainda maior: o piloto austríaco Roland Ratzenberger, em sua terceira corrida na Fórmula 1, saiu da pista e bateu no muro de contenção a mais de 300 km/h. Ratzenberger foi levado ao hospital de helicóptero, mas não resistiu aos ferimentos e veio a óbito. Muitos afirmam que o piloto austríaco faleceu ainda na pista, o que impediria que a corrida do dia seguinte acontecesse, mas isso nunca foi confirmado.
Senna estava visivelmente incomodado com os acidentes e não queria que a corrida acontecesse. De qualquer forma, a largada foi dada no domingo e o brasileiro era o pole position. Na sétima volta, Senna se chocou contra o muro de concreto da curva Tamburello a cerca de 200 km/h. O ídolo brasileiro foi levado ao hospital, mas também não resistiu aos ferimentos e faleceu no dia primeiro de maio de 1994, naquele que seria conhecido como o fim de semana mais trágico da história da Fórmula 1.
Investigações posteriores apontaram que o acidente aconteceu por conta do rompimento na coluna de direção do carro de Senna. Antes da prova, o piloto havia solicitado que a coluna de direção fosse estendida para ficar mais próxima ao seu corpo, para dar mais conforto na hora de pilotar. A solda utilizada na alteração da coluna foi apontada como o motivo do rompimento, deixando o carro incontrolável, causando o acidente que vitimou o piloto brasileiro. Após os acidentes de Rubinho, Ratzenberger e Senna, diversas alterações foram feitas na categoria visando a segurança dos pilotos.
Senna vive!
Ayrton Senna faleceu naquele fatídico primeiro de maio de 1994, mas seu legado e memória são eternos. O que restou da carreira brilhante de Senna foi sua inspiração e determinação, além da saudade de assisti-lo vencer nos domingos de manhã, dando a volta da vitória carregando a bandeira do Brasil.
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